Crime

'Era o xodó dos pais', diz madrasta de mulher morta na Baixada

Familiares foram liberar o corpo no IML de Nova Iguaçu

A doméstica Sabrina Tavares de Almeida, de 32 anos, teria tentado correr do criminoso
A doméstica Sabrina Tavares de Almeida, de 32 anos, teria tentado correr do criminoso |  Foto: Arquivo Pessoal
 

Familiares da doméstica Sabrina Tavares de Almeida, de 32 anos, morta após ser baleada nas costas dentro de casa na madrugada desta quinta-feira (11) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estiveram no Instituto Médico Legal (IML) da cidade nesta manhã.

A madrasta Fabíola Oliveira, de 27 anos, revelou ao ENFOCO que em novembro de 2016 o marido de Sabrina — que na época era policial militar reformado — foi assassinado a tiros na frente da mesma residência. O casal morava no bairro Parque Ambaí. 

Até o momento, a Polícia Civil não divulgou a linha de investigação ou suspeitos do crime.

Durante o crime nesta madrugada, a mãe de Sabrina, Fátima Tavares, de 51 anos, acabou ferida na perna. Ela foi socorrida e encaminhada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI). Mas já teve alta médica.

Uma bebê de 2 anos, afilhada de Fátima, também estava em casa no momento dos tiros. Parentes não informaram o estado da criança.

PAI ARRASADO

O pai de Sabrina está arrasado com a morte da filha, de 32 anos, segundo informou Fabíola. Ela considerou a enteada como 'xodó' do pai e da mãe. Além de ter dito que todos eram unidos. 

“O meu marido está arrasado, despedaçado. Ela era o xodó dele, a primogênita, quem ele morria de ciúmes, entendeu? Ele foi pai dela quando tinha apenas 20 anos e a vida não foi fácil. Ele trabalhava com areia para dar o sustento dela. Então ela sabia a criação dela e dava valor. Meu marido está arrasado, passa um filme na cabeça. Ela era muito grudada com a mãe. Elas se arrumavam juntas, a Sabrina adorava arrumar a mãe e ontem ela fez a unha da mãe e tudo. Eram todos muito unidos”, contou a madrastra.

Pedido de ajuda

Fátima estava na casa da filha porque iria viajar para Belo Horizonte. Após o crime, ela ligou para Fabíola e o pai de Sabrina, para pedir ajuda. 

“A mãe [de Sabrina] ligou para a gente por volta das 2h30 e contou que haviam atirado na Sabrina. A gente correu para lá, eu e o pai dela. A Sabrina morava sozinha, mas a mãe estava na casa dela porque iria viajar pra Belo Horizonte essa semana para ver o filho, irmão da Sabrina. Ela disse: Fabíola, me ajuda, eu e a Sabrina fomos baleadas, aí eu perguntei: aonde? Ela disse: em Miguel Couto", revelou.

Ainda de acordo com Fabíola, ela e o esposo foram de motocicleta até lá, mas encontraram o portão fechado. Foi necessário arrombar o portão para conseguir acesso ao imóvel. Ao chegar no quarto de Sabrina, Fabíola disse ter encontrado a enteada já caída, baleada e sem vida.

“Nós arrombamos o portão e subimos a escada. No quarto, vimos ela caída em cima da mãe dela e a mãe dela chorando. Foi aí que vimos que a mãe dela foi baleada no joelho, com o projétil da arma chegando até a coxa e, nesse momento, eu puxei o braço da Fabíola e vi que ela já não estava com vida e eu queria conferir. Chamei ela, ela não respondeu, eu peguei o braço dela e conferi os sinais vitais, não tinha nada. A partir daí chamamos os policiais e os bombeiros”, afirmou a madrasta de Sabrina. 

Tiro nas costas 

O Corpo de Bombeiros confirmou que Sabrina foi encontrada sem vida. Inicialmente, a informação era de que a vítima teria sido atingida no rosto. Mas familiares afirmam que ela foi atingida nas costas, quando tentou correr do assassino que teria invadido a casa dela encapuzado e armado.

“Foram cinco ou seis tiros que acabaram atingido o pulmão dela. Por isso o sangue saiu pela boca e achamos que o disparo tivesse atingido a boca dela, mas não”, afirmou a madrasta.

Fabíola diz, ainda, que não viu nenhum suspeito do crime quando chegou ao local acompanhada do pai da vítima.

A mãe de Sabrina confidenciou com familiares que o criminoso não roubou pertences de Sabrina. A madrasta Fabíola acredita que o crime possa ter sido execução.

“A mãe dela [de Sabrina] contou que arrombaram a porta de lá de cima, mas não o portão. E a porta era de blindex. E quando a porta foi ao chão, elas levantaram um susto e se depararam com um cara encapuzado, de touca, luva e voltaram para a cama. Nisso, ele já deferiu os tiros na Sabrina. Para mim, foi uma execução, porque não levaram nenhum bem dela. Ela tinha joias, objetos de ouro e não roubaram nada dela. Foram lá só para tirar a vida dela mesmo".

Sabrina era casada com um policial militar reformado. Eles ficaram 10 anos juntos. Após a morte do esposo, a mulher conseguiu pensão do marido. 

“Desde então ela vinha seguindo a vida dela, com o luto dela, que não é fácil perder alguém de 10 anos, que é uma vida. Ela vinha vivendo, sonhadora, com o coração grande, tinha medo de matar até um mosquito. Ninguém tem uma coisa de ruim para falar da Sabrina. Ela era obediente, tinha uma educação perfeita que os pais querem para seus filhos", desabafou a madrasta.

Ela diz que aguarda o resultado das investigações. "Ainda não sabemos o que ocorreu, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) está investigando e não descartam nenhuma hipótese até o momento. Estamos aguardando”, finalizou Fabíola.

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